Ar-condicionado e o consumo de combustível

Temos aí um fato que virou uma grande polêmica: o ar-condicionado e o consumo de combustível. Durante anos era muito evidente o aumento de consumo de combustível quando o ar-condicionado era ligado. Mas um pouco de tempo antes disso não era algo muito relevante, e o ar era um conforto indispensável na escolha de um modelo de carro.

O que causou essa mudança nos conceitos da época? Por que a preferência passou a ser por automóveis sem ar-condicionado? A resposta é: dinheiro. Sim, até o início dos anos 70 o petróleo era muito barato e a gasolina nos postos tinha um valor quase irrisório. Da Venezuela vem um exemplo prático.

Por ali um litro de água – em épocas de normalidade política – era mais caro do que um litro de gasolina. Mas não era a água cara e sim a gasolina que tinha um preço quase irrisório.

Ar-condicionado e o consumo de combustível

Preço do consumo

Então aconteceu a primeira crise do petróleo e a gasolina começou a encarecer, e muito. Foi nesse momento que o uso de ar-condicionado passou a ser visto como um vilão. O consumo excessivo de gasolina passou a influenciar na escolha dos consumidores. Começou a pesar no bolso e o alerta foi ligado. Os automóveis já eram “bebedores”, com seus motores cheios de cilindros e carburadores que mais pareciam grandes panelas.

Com o tempo, os carros foram ficando “nus”, com a intenção de aumentar a economia de combustível. Seria como um avião sem combustível com sua tripulação jogando fora o que seria peso morto, ou desnecessário. A era dos carros “dinossauros” chegou ao fim. Não foram extintos porque a boa alma de colecionadores ainda mantém muitos deles rodando mundo a fora. Mas a produção de fábrica quase zerou.

Ar-condicionado e o consumo

Quem não se preocupa com o gasto elétrico de uma geladeira? Talvez seja, junto com o chuveiro, o maior consumidor elétrico de uma residência. Já imaginou ligar um chuveiro no seu carro? Se  fosse possível, o quanto gastaria de energia? Muita, com certeza. Podemos comparar a geladeira com o ar-condicionado do seu carro.

Os dois também demandam muita energia para funcionar e cumprir a missão de gelar algo. A diferença é o tipo de energia gasta. No caso do ar-condicionado também temos a elétrica. Mas a principal energia gasta é a mecânica, pois o compressor de um ar-condicionado automotivo é “tocado” pelo motor, através de uma correia adequada.

Obviamente que o consumo de combustível aumenta quando algo pesado é imposto ao motor, como passageiros, malas e o ar-condicionado ligado. E o ar é pesado. Mas algumas condições podem influenciar um maior consumo de combustível, como, por exemplo, pneus com calibragem errada, excesso de velocidade e outros. E, no caso do ar-condicionado, a “pilotagem” também pode influenciar para mais.

Ar-condicionado e o consumo de combustível

É fato que dirigir com os vidros fechados em uma estrada produz menor consumo de combustível. Mas em um país tropical dificilmente o ar-condicionado vai estar desligados nessa condição. Então, uma coisa anula a outra. Dirigir com o ar desligado e janelas abertas cria o oposto com o mesmo resultado.

O vento que entra dentro do carro e cria um arrasto que também aumenta o consumo de combustível. Mas se compararmos os veículos de hoje, com ar-condicionado moderno, é bem evidente o avanço tecnológico que aumenta o conforto e também diminui o consumo se comparado com carros antigos, os dinossauros.

Porém é fato: o ar-condicionado faz consumir mais combustível mesmo nos dias de hoje. A solução? Equilíbrio, sempre. E fia a opção de  preferência por uma qualidade de vida melhor ou por economia para o bolso sem alguns confortos.