O extintor virou palhaçada?
Então que o que era bom para apagar um incêndio em carros durante 30 anos, ou mais, de um dia para outra não serve mais, já é incapaz de apagar fogo nos carros modernos. Ou os automóveis de hoje são mais inflamáveis, (o que é uma conclusão insensata) ou descobriram um extintor melhor, mais avançado, melhorando nossa segurança. Esta era a nossa esperança. Mas em uma decisão típica dos famosos “estojos de primeiros socorros” de alguns anos atrás, cuja a falta deles podia matar uma pessoa (segundo a lei), as autoridades simplesmente desobrigaram o uso do extintor.
Talvez um dono de carro tenha vontade de ir as lágrimas como o palhaço da pintura acima. Mas os que mais estão sendo lesados são os que já compraram o extintor novo a preço de ouro, e os comerciantes, que encheram suas prateleiras com milhares deles. Um infeliz chegou a investir 200 mil reais em extintores acreditando na promessa do cumprimento da lei. Nada mais justo do que pedir um ressarcimento.
Quando vivenciamos situações como essa é natural o sentimento de revolta por ser a vítima de um engodo. Mas em um país como o nosso, que ainda engatinha para a civilidade, não deveria ser surpresa algumas atitudes de nossos governantes. Aliás, não existe governo perfeito no mundo. Melhores do que o nosso sim, existem, mas sequer beiram a perfeição.
O jeitinho brasileiro de ser!
O “jeitinho brasileiro” é uma criação unica, nossa. Poucos conseguem imitá-lo. Basicamente significa que somos famosos por “ajeitar tudo”, resolvermos uma questão sem muitos traumas.
Mesmo sendo algo considerado pejorativo, o jeitinho brasileiro também tem seu lado bom. Não é uma palhaçada meu caro leitor, e sim um jeito de tirar vantagem em tudo. Sendo honesto, por que não? O conselho é: mesmo que não seja mais obrigatório o uso de qualquer tipo de extintor, possuir um no carro não é crime. Como a procura vai cair muito, o preço de um extintor automotivo vai obviamente despencar. Simples aplicação da lei maior da economia, a lei da oferta e da procura.
É evidente que nem um extintor como o da foto acima vai apagar um incêndio total de um carro. Isso é trabalho para os nossos bravos bombeiros. Mas ter um no carro pode apagar pequenos princípios de fogo, algo ainda na fumaça, e aliviar a nossa consciência de que “onde há fumaça há fogo”. Então, que tal comprar dois e aprender a usar um extintor? A barganha vai ganhar força neste caso e a compra vai dobrar a nossa sensação de segurança. Além disso, estaremos ajudando os comerciantes desesperados e incautos, e as indústrias de extintores que anunciam demissão em massa, este sim o lado negro do “jeitinho brasileiro” de resolver as situações criadas. Ou não é praxe das fábricas brasileiras a ameaça de demissões gigantes para pressionar o governo?
Resta a nós consumidores o sorriso irônico de nós mesmo, e aguardar qual será o próximo ato que o dono circo exigirá de seus palhaços. Vida que segue.
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