Combustível do seu carro

O carro Flex é uma das grandes surpresas do mercado brasileiro de automóveis. Deu certo, no que se refere a combustíveis fósseis e outros.É chamado de flex por funcionar com gasolina e álcool, ou com os dois tipos de combustível misturados no tanque.

Os postos de combustíveis, que são uma franquia, sempre apostam no melhor combustível.

Qual o melhor combustível para o meio ambiente?

O álcool ou etanol é o combustível que menos agride o meio ambiente. Embora o etanol também emita CO2, é em quantidade bem inferior a gasolina e o diesel. O modo que se produz o etanol é de plantação de cana de açucar, o que é evidentemente menos poluidor.

Mas nesta matéria iremos abordar o desempenho dos dois combustíveis nos automóveis e, portanto, no bolso do motorista.

Em outro post explicaremos como funciona um carro flex e como podemos “auto-ajudar” nosso veículo.

São dois combustíveis, talvez três (gasolina, álcool ou diesel) com características funcionais bem diferentes. Certo conhecedor renomado disse: “Se você quer desempenho use álcool… mas se você quer economia use gasolina.”

Nós concordamos com este argumento, mas a maioria dos motoristas mistura os dois combustíveis, o que também mistura o desempenho e economia.

Álcool ou gasolina: calculadora

Primeiro vamos analisar a economia, o dinheiro envolvido. Pegue uma calculadora e faça a experiência abaixo.

Qual seria o combustível mais indicado?

Tente o seguinte cálculo:

• Multiplique o preço da gasolina de um posto por 0.7
• Se o resultado for maior que o valor do álcool, melhor abastecer com álcool. Mas  o resultado sendo menor que valor do álcool, abasteça com gasolina.

Por exemplo: Se a gasolina custa 3,30 (preço de início de 2015) num posto e o álcool custa 2,20 (idem), multiplique 3,30 por 0,7 e você encontrará um resultado que é maior que 2,20.

Neste caso é melhor abastecer com álcool. Se o valor do álcool estivesse acima de 2,31 valeria mais a pena abastecer com gasolina.

VEJA TAMBÉM SOBRE COMBUSTÍVEIS

Injeção eletrônica – O que é AF?

Combustível de carro e seus defeitos mais comuns

Pode um tipo qualquer de combustível sair de fábrica com defeito? Sim, mas não seria a palavra “defeito” apropriada para a situação. Defeito é o que pode acontecer com o uso de um combustível e esse defeito afeta seu carro. Então, a palavra correta atribuída ao combustível ruim seria o adjetivo malfeito.

Mas isso é cada vez mais comum no mercado brasileiro. Podemos encontrar de tudo na composição do nosso combustível, seja álcool ou gasolina. Tudo, menos pureza ou aquela qualidade que atende bem o nosso carro.

Atender bem ao carro significa estar dentro dos padrões de mistura que a fábrica usa. Normalmente o fabricante automóveis programa a central do carro pesquisando a qualidade ou composição do combustível produzido no país. Assim, a central de injeção do seu carro pode regular a mistura adequada para o bom funcionamento do motor.

Então existe uma escala de mistura: pobre, normal e rica. Quando o combustível sai fora dessa escala já programada pela fábrica, a luz de injeção acende, mesmo que o carro pareça normal. E tem que sair muito da escala, permanecendo fora dela por um bom tempo. Mas quais são as consequências que afetam diretamente o motor do carro? O que fazer nesse tipo de situação. Veja abaixo uma lista de defeitos causados por combustível ruim e algumas soluções.

1. Aumento de consumo. Essa seria a primeira consequência. Um combustível fora dos parâmetros ou padrões aceitáveis vai, evidentemente, aumentar o consumo médio do carro, seja na cidade ou na estrada. Fique atento a uma mudança brusca de consumo.
2. Defeito por corrosão. Algumas peças por onde passa o combustível também não foram dimensionadas para a situação e podem estragar por corrosão, infiltração e pane súbita, como a bomba de combustível, por exemplo. Aliás, com o tipo de combustível do nosso país, a troca do filtro da bomba deve ser constante.
3. Falso defeito. Esse é o que mais causa dor de cabeça em mecânicos e acerta em cheio o bolso do dono do carro. A luz da injeção acende e uma oficina é procurada. Um Scanner rastreia a injeção e acusa uma determinada peça que falhou. A troca é feita e a luz apaga. Mas dias depois ela acende de novo. Como existe uma linha de peças, outras vão ser trocadas e a luz continua acendendo. O custo disso pode ser alto se não houver uma conversa entre o dono do carro e o mecânico. Deve ser um acordo entre pessoas civilizadas, onde o pagamento da peça fica condicionada ao conserto definitivo do defeito, o que é um direito do consumidor.  Uma tentativa de solução seria deixar o combustível chegar na reserva do tanque, abastecer com uma gasolina especial (não é a aditivada) e rodar com o carro por cerca de 11 Km para a central se ajustar.

Mantenha a manutenção do seu carro em dia. Não procrastine. Também não se encante com preços baratos de combustíveis. Isso é uma ilusão que tem causado muitos danos em veículos. O mesmo vale para diesel.

Qual carro consome mais combustível?

O conceituado Instituto Nacional de Metrologia (também de Qualidade e Tecnologia), o INMETRO, divulgou uma lista com vários testes feitos em muitos veículos ano 17/18. Entre esses testes temos o de consumo de combustível, o grande e sempre vilão econômico dos carros no Brasil. Trata-se de uma avaliação para veículos leves e relata outros testes como o de emissão de poluentes, tipo de combustível, consumo energético, todos relacionados e comparados com acessórios instalados ou não. Esse último teste, o de consumo energético, parece ser a meta principal da qualificação aplicada ao carros testados.

Para quem gosta de carros e que pretende trocar o seu ou adquirir esse primeiro veículo, essa lista é uma ajuda, uma respeitada referência. Por exemplo: qual seria o consumo de um carro com todos seus acessórios, como ar-condicionado, direção elétrica ou hidráulica, ou mesmo com caixa automática ou manual? Qual consome mais? Gasolina, álcool, ou Flex? Tudo em medida dupla: consumo na cidade e na estrada. Também temos o consumo de veículos a diesel, mas sempre da linha considerada leve para o consumidor. Sentimos falta do veículo movido por GNV.

Alguns resultados

A lista é extensa e o PDF (veja no final da matéria ou aqui) tem 47 páginas. A data é bem recente – 07/2017 – e a última atualização da matéria é de junho de 2017. Temos aí informações fresquinhas para o consumidor.

O Up (Volks) a gasolina faz 14,1 km/l na cidade e impressionantes 16 km/l na estrada, equipado com direção elétrica e ar-condicionado. Já com etanol ele consome entre 9,5 e 10,4, cidade e estrada respectivamente. Temos um veículo moderno e econômico e um boa comparação para compra ou uso. Sua classificação de eficiência energética recebeu nota “A”, e ganhou o selo do INMETRO.

Já o Toyota Prius surpreende. Também recebeu nota A e apresentou um consumo excelente e bem diferente: seu consumo na cidade foi melhor que na estrada. Foram 18,9 km/l na cidade contra 17 km/l na estrada. O teste foi com gasolina e o modelo também tinha direção elétrica e ar. Mas esse é um carro médio e o Up é considerado um compacto. Resta comparar o preço dos dois.

A lista é enorme, mas vale a pena comparar o modelo de sua preferência com outros possíveis candidatos a entrar para a família. Também encontramos no site do INMETRO outras pesquisas de consumo de combustível em modelos mais antigos. De fato é uma lista de grande ajuda.

Abra o PDF abaixo e pesquise mais!

http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/veiculos_leves_2017.pdf

Então estamos em crise? Sim, e com uma sensação “térmica” de ser uma grande crise. Nestes tempos passamos a ter sempre pensamentos de economia. Nosso banho demora menos, nossas roupas são lavadas uma vez por semana, costumamos trocar todas as lâmpadas de nossa casa por outras mais econômicas. E muitas outras possibilidades de economia são pensadas.

Então, por que não voltarmos nossa atenção para o quanto podemos economizar diminuindo o consumo de combustível de nosso carro? Em tempos de crise o que encarece primeiro e atinge a todos é o preço dos combustíveis, e sem eles, tudo vai parar. Basta não chegar as bombas de combustíveis e um país inteiro vai parar. Uma greve pode causar isso. Temos aí uma oportunidade de aprender a economizar combustível para enfrentarmos situações de caos.

Como economizar combustível?

Um motor de carro precisa estar afinado para apresentar uma economia de combustível. Isso significa manter as revisões em dia. Podemos ter vários tipos de revisões, como para férias, ou para chuva , e até mesmo uma revisão de chegada, principalmente quando o carro enfrentou estradas de terra. Mas existem alguns componentes no  motor que são diretamente responsáveis por gastar mais ou menos combustível e portanto sujeitos a uma revisão específica. São eles:

Velas

Cabos de vela

Filtros

Todos eles devem ser trocados de acordo com o que diz o manual do seu carro. (veja mais detalhes aqui) Um bom profissional também vai saber verificar o estado dessas peças. Por isso é bom saber escolher um bom mecânico para que seu carro sempre vá a uma oficina de confiança. Mas não deixe de ser organizado, anotando a quilometragem de qualquer peça ou serviço que foi feito no seu carro. É através da rodagem que se sabe quando trocar os três itens acima.

A aerodinâmica pode também pode interferir no aumento do consumo do seu carro. Um acessório de fábrica já vem dimensionado para reduzir esta interferência ao máximo. Mas o que dizer daqueles equipamentos que mandamos instalar no teto para levar bagagem? Alguns carregam no alto até suas bicicletas. É obvio que o carro vai ser mais exigido, pois o vento encontrará barreiras que não deveriam impedir sua passagem.

Pneus

Calibrar os pneus de um carro talvez seja o serviço mais fácil para um motorista. Pneus calibrados,  segundo a fábrica, irão ajudar na economia de combustível. Quanto mais baixo o pneu, mais o carro vai gastar combustível por questões óbvias: o atrito e o arrasto serão maiores, exigindo mais do motor. Então, se informe sobre seu pneu e procure um posto com uma boa máquina de calibragem. Aliás, até uma bicicleta com pneus baixos exige mais esforço e energia do ciclista.

Peso morto

Sim. Muitas vezes levamos no carro artefatos diversos que não tem necessidade de estar ali. Grande  quantidades de ferramentas e outras bugigangas podem aumentar o consumo do carro como se fossem “peso morto”. Afinal o nome do porta-malas já explica o que se deve levar dentro no caso de percorrer grandes distâncias como, por exemplo,  uma viagem.

Escolher bem o combustível

Talvez este seja o fator mais importante para se obter uma economia maior de combustível: a escolha. Como assim? Primeiro deve-se escolher o posto. Muitos adulteram a gasolina e o álcool para conseguir lucro ilícito e o resultado vai pesar no seu bolso, podendo até ser maior se danificar componentes dentro do motor. E cada vez mais tem ocorrido fatos assim. (O que é carro a gás?)

Escolher um bom posto não é uma tarefa difícil. Boas referências de amigos e até o seu dia a dia podem te indicar um de confiança. E sempre desconfie de gasolina e álcool com preços muito baixos. Mas se você confia em algum lugar, e seu carro for Flex, seria bom por no papel qual dos dois é mais vantajoso na circunstância que estiver a economia. Sempre vai existir uma maneira de saber qual é o melhor combustível. Pesquisar sobre o assunto também é uma boa ideia. Na internet sempre encontramos dicas para melhorar o consumo do nosso carro.

Considerações finais

Vimos que com um simples uso de uma calculadora podemos entender as vantagens ou desvantagens dos nossos combustíveis. Mas o mais importante é lembrarmos que o carro é flex de fábrica e podemos misturar os combustíveis melhorando o desempenho ou a economia.

Combustível preço

1 – É fato que o carro consume mais álcool do que gasolina, mas ele ganhará em potência. No caso tem que calcular qual o melhor custo/benefício.

2 – E quanto de gasolina ou quanto de álcool deve-se misturar? Nesse caso você, como o motorista, aquele que dirige rotineiramente, que paga o posto de gasolina, deverá saber qual foi a mistura que mais lhe agradou e repeti-la até que a situação dos preços mude novamente. 

3 – Seja sempre óbvio e atento com o mercado, principalmente com a quantidade de álcool que já vem misturada à gasolina. Tenha sempre em mente esta proporção ao abastecer (hoje a gasolina nos postos  possuem 27% de álcool).

Quanto ao motor e possíveis danos, as fábricas garantem que não haverá nenhum, pois os motores de hoje estão totalmente adaptados aos dois combustíveis. O que pode ocorrer é o carro demorar a “reconhecer” a nova mistura. Mas isso não passará de dez minutinhos.

Nota: recentemente temos recebido muitos carros com defeitos causados pelo álcool. Veja mais aqui.

E lembre-se de sempre encher o reservatório de gasolina que fica junto ao motor.

Um dos muitos modelos de reservatórios de partida a frio

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